Como escolher o fertilizante  orgânico composto ideal para sua cultura?

A escolha adequada do fertilizante orgânico composto é fundamental para conciliar produtividade, sustentabilidade  e saúde do solo . Neste guia, você descobrirá como identificar o fertilizante mais adequado, levando em consideração o tipo de solo, o ciclo da cultura e as necessidades nutricionais específicas.

Com base nos conhecimentos do Eng. Agrônomo  Fernando Carvalho Oliveira, responsável técnico pelo produto Tera Base da Tera Nutrição Vegetal, abordaremos a importância da matéria orgânica, as práticas corretas de aplicação e como avaliar a eficiência dos fertilizantes  orgânicos para garantir resultados consistentes e sustentáveis.

A importância da matéria orgânica no solo

“A matéria orgânica é um dos principais agentes da fração biológica do solo. Ela representa o elemento central para sustentar o crescimento e a produção vegetal ao atuar de forma integrada com a microbiota, a fração mineral e a disponibilidade de água”, afirma Fernando Carvalho.

A matéria orgânica é composta por resíduos vegetais e animais em diferentes estágios de decomposição, incluindo substâncias complexas como ácidos húmicos e fúlvicos. Ela influencia diretamente as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, atuando como reservatório de nutrientes, aumentando a capacidade de retenção hídrica, melhorando a agregação das partículas e promovendo uma microbiota diversificada e equilibrada, crucial para o crescimento saudável das culturas.

Fernando exemplifica com a floresta amazônica, onde “a decomposição constante do material orgânico vegetal retorna nutrientes ao solo e mantém o equilíbrio do ecossistema”.

Ácidos húmicos e fúlvicos: aliados da fertilidade

Ao escolher um fertilizante orgânico, é importante avaliar três aspectos principais:

Tipo de solo

• Solos arenosos: Precisam de fertilizantes  ricos em matéria orgânica para melhorara retenção hídrica.
• Solos argilosos: Beneficiam-se da matéria orgânica para melhorar a agregação e consequentemente a aeração e drenagem.

Fernando destaca que, “em geral, “fertilizantes orgânicos de boa qualidade apresentam benefícios semelhantes independentemente da origem da matéria-prima, sendo o diferencial os nutrientes específicos que cada tipo pode oferecer.”

Ciclo da cultura e frequência de aplicação

O ciclo da cultura é crucial para determinar a frequência e quantidade de aplicação dos fertilizantes orgânicos. Segundo Fernando, em geral os fertilizantes orgânicos apresentam efeito residual prolongado devido à liberação gradual de nutrientes, potencializada pelo seu efeito condicionador de solos Ele recomenda que, mesmo que não seja  possível aplicar a dose ideal imediatamente por questões econômicas ou logísticas, é fundamental garantir aplicações regulares.

“Assim como na nutrição humana, a regularidade é mais importante do que aplicar grandes doses de uma só vez”.

Como aplicar corretamente o fertilizante orgânico composto?

A aplicação ideal do fertilizante orgânico depende do tipo de cultura:

• Culturas perenes (café, cítricos, frutíferas): Aplicação localizada na projeção das copas tende a ser mais eficiente.
• Culturas anuais (milho, soja, trigo): É prática usual a aplicação em área total, ainda que parte dos nutrientes possa não ser aproveitada no curto prazo.

Sobre incorporar ou não o fertilizante no solo, Fernando ressalta que o ideal é incorporar superficialmente, mas, se não for possível, “é melhor aplicar sem incorporar do que não aplicar”.

Como avaliar a eficiência do fertilizante  orgânico composto?

Além do aumento da produtividade, a eficiência do uso de fertilizante orgânico composto pode ser avaliada por:

• Melhoria da disponibilidade de nutrientes, especialmente fósforo.
• Aumento da diversidade e atividade biológica do solo.
• Maior tolerância das plantas à estresses bióticos e abióticos, como a seca.

“As plantas tornam-se mais vigorosas e produtivas quando bem nutridas e manejadas” completa Fernando.

Erros comuns e como evitá-los

Os principais erros ao usar fertilizante orgânicos incluem:

• Aplicação irregular ou insuficiente.
• Falta de incorporação em solos onde essa prática é viável.
• Desconsideração da análise do solo e das reais necessidades nutricionais da cultura.

Melhores práticas para começar

Fernando recomenda uma faixa de referência inicial variando entre 3,5 e 7 toneladas por hectare, ajustando conforme análise de solo, características do fertilizante e disponibilidade econômica e logística. O mais importante é garantir constância na aplicação.

Ele exemplifica: “Um produtor de cana-de-açúcar em São Paulo construiu um histórico de sete anos aplicando regularmente fertilizante orgânico. Após três anos, observou-se um salto expressivo na produtividade, maior  resistência à seca, permitindo inclusive reduzir parte da adubação orgânica e da  adubação mineral.”

Conclusão

O uso criterioso de fertilizantes orgânicos aumenta a fertilidade do solo, promove maior resiliência produtiva e contribui para sistemas agrícolas mais sustentáveis. Ao seguir recomendações técnicas adequadas, é possível potencializar os resultados das lavouras no curto e médio prazo. Para mais informações sobre fertilizantes  orgânicos adequados para sua lavoura, fale com os especialistas da Tera Nutrição Vegetal.